Entrevista com Jackon Feijó – Desenvolvedor de aplicativos no INdT

Jackon Feijó - Desenvolvedor no INdT
Jackon Feijó - Desenvolvedor no INdT

Durante o Nokia RoadShow tive a oportunidade de bater um papo descontraído com Jackson Feijó, um dos desenvolvedores do INdT (Instituto Nokia de Tecnologia). Ele é responsável por alguns dos aplicativos criados pela equipe nos quais focam em usabilidade e interatividade entre nós e os aparelhos. O mais famoso destes aplicativos é o FaceLock, que está disponível gratuitamente na Loja Nokia. Também na loja Nokia (clique aqui) vocês podem conferir alguns dos outros aplicativos desenvolvidos pelo INdT.

Bom, como não poderia ser diferente, aproveitei esta conversa para fazer uma entrevista com Jackson Feijó e saber um pouco mais sobre como funcionam as coisas no INdT, no processo de desenvolvimento de aplicativos e também sobre a Fundação Nokia que fica em Manaus. Este bate papo vocês conferem aqui:

NP- Pelo que sei, você sempre teve um gosto especial por criar coisas novas.Você é filho de engenheiros e cresceu neste meio. Mas como surgiu o interesse em trabalhar com desenvolvimento de aplicativos na área de acessibilidade?

Jackson – Isso não foi planejado 🙂 No fim do curso de Ciência da Computação, ofereceram um curso de desenvolvimento de aplicativos para telefone celular (em 2004). Foi aí que tudo começou. Depois consegui um estágio no INdT, fui contratado e estou aqui até hoje. Desenvolver pra dispositivos móveis é muito apaixonante porque as pessoas vão levar o seu aplicativo junto com elas, exatamente porque o celular deve ser a peça de tecnologia mais pessoal que existe.

NP – Durante a sua apresentação no Nokia Road Show você comentou sobre características da condição humana ao falar do aplicativo FaceLock. Isso foi muito interessante. Conte para nossos leitores um pouco mais sobre essa ideia.

Jackson – A gente observa que o Facelock é um aplicativo que trava o celular e só destrava quando o dispositivo “vê” o rosto do dono. Assim como um bebê poderia se “travar” para estranhos mas poderia se “destravar” quando visse o rosto da mãe. Nós fazemos reconhecimento de face a todo momento. Existe um princípio de confiança aí.  A observação da natureza humana sempre vai nos levar a idéias novas e relevantes.

NP – Voltando ao assunto acessibilidade, você também falou sobre o “processo de imersão ao contexto” para desenvolvimento de aplicativos para pessoas especiais. Isso parece muito interessante. Como funciona este processo?

Feijó – É um processo mais complexo do que eu entendo e prático, porque eu sou desenvolvedor de software e existem funções mais específicas para este tipo de trabalho, como o UX designer ou mesmo o especialista em usabilidade, ergonomia, etc. Mas com certeza eu me considero um entusiasta e acredito que as melhores idéias vão surgir das observações mais profundas. Essa imersão na realidade do usuário final é essencial.

NP – Como funciona o processo de idéias sobre usabilidade no INdT? Vocês partem de reuniões de equipe apenas ou existe algum outro estímulo para a criação destes aplicativos?

Jackson – O INdT tem uma equipe de conceitos e design que se encarrega de ter as idéias, fazer pequenos protótipos visuais e fazer o planejamento das interfaces. Essas interfaces são testadas no laboratório de usabilidade, onde conseguimos identificar, antes de lançar o aplicativo, que tipo de dificuldades o nosso usuário teria ao usá-lo.

NP – Sei que a palavra de ordem no INdT é “viajar” nas ideias e buscar sempre criar aplicações para tornar a vida dos “usuários especiais” mais fácil. Mas já tiveram situações em que vocês não conseguiram solução? Como lidaram com isso?

Jackson – As vezes surgem idéias nas reuniões de brainstorming que são muito legais, mas precisaríamos de mais tempo e dedicação pra executar. Algumas dessas ideias ficam estacionadas, em processo de maturação.

NP – Falando um pouco agora sobre plataformas, a Nokia está trabalhando com três sistemas distintos (Symbian, MeeGo/Tizen e Windows Phone). Imagino que vocês do INdT estão também acompanhando esta nova estratégia da empresa. Já há algum projeto de acessibilidade em andamento para estas plataformas?

Jackson – Temos projetos de acessibilidade em Symbian e Meego. Para o Windows Phone, sabemos que a Microsoft já tem uma longa estrada de soluções para acessibilidade, e devemos desenvolver alguma solução nessa área em breve.

NP – Lá em Manaus há, além do INdT e da fábrica, a Fundação Nokia de ensino. Conta para nós como ela funciona. Qual tipo de interação há com o INdT? Que tipo de ensino é passado aos alunos?

Jackson – A Fundação Nokia de Ensino é um dos principais investimentos da Nokia em programas sociais no mundo, proporcionando ensino de qualidade a centenas de jovens em período integral. A instituição é uma escola técnica de nível médio, que oferece cursos profissionalizantes nas áreas de Informática, Eletrônica, Mecatrônica e Telecomunicações. Para garantir oportunidades aos jovens de baixa renda, a FNE destina 70% de suas vagas a alunos egressos da rede pública de ensino. Mais informações: www.fundacaonokia.org

NP – Espaço aberto Jackson. Você tem algum recado que gostaria de passar para os leitores do NPossibilidades e/ou para as pessoas que gostariam de entrar para o mercado de desenvolvimento de aplicativos?

Jackson – Acho que nunca foi tão fácil começar a desenvolver software, especialmente para celulares. A Nokia por exemplo, disponibiliza as ferramentas gratuitamente, bem como todo o conteúdo educacional para usá-las. Eu recomendo o site http://developer.nokia.com. É o site de apoio aos desenvolvedores para a plataforma da Nokia. É bem mais fácil do que parece :)=

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