Opinião sobre Surface, o tablet da Microsoft

Opinião sobre Surface, o tablet da Microsoft
Opinião sobre Surface, o tablet da Microsoft

Ontem a Microsoft apresentou o seu tão aguardado tablet, aliás, não foi um só, foram dois modelos. Em uma ótima estratégia (a meu ver) ela resolveu produzir seu próprio equipamento para rodar o Windows 8. Os dois aparelhos são muito bonitos e parecem que vieram para a briga. Mas a pergunta que me faço é: Brigar com quem?

Não vou aqui entrar nos detalhes técnicos de processamento, memória, nuvem, conexão e outros, isso já tem milhares de sites por ai comentando. Se quiserem mesmo estas informações, recomendo ir direto à fonte, ou seja, Microsoft. Basta clicar aqui para baixar as especificações oficiais. Ao invés de falar sobre isso, prefiro aqui expor as minhas primeiras impressões sobre o que vi destes tablets na apresentação de ontem. Óbvio que é apenas a minha opinião e que vocês podem contestá-la livremente nos comentários abaixo. Também deixo claro que estou pensando no Surface em uma experiência completa, ou seja, com o teclado apresentado e suas possibilidades de uso.

Concorrência ao iPad
Sinceramente? Não acho que o Surface, seja ele qualquer um dos dois modelos, irá concorrer com o iPad. O tablet da Apple é muito mais voltado ao consumo de conteúdos do que propriamente a produção. Tudo bem que dá para ser utilizado desta forma, mas com muitas restrições e dificuldades. Além disso, boa parte dos proprietários (não todos claro) não o quer para isso, eles compram pela tal “magia” que a Apple vende, querem pela praticidade e querem também por não ser um computador, é algo mais para mobilidade. O Surface, a meu ver, traz um conceito diferente disso tudo. É algo mais produtivo, é um aparelho para quem quer um computador extremamente portátil. Mais à baixo entro em detalhes sobre o que eu considero ser o foco do Surface.

Concorrência com Android
Estes tablets muito provavelmente serão os maiores prejudicados com o lançamento do Surface. Se hoje já não conseguem fazer frente a um tablet mais completo como o iPad, imagina agora com um aparelho que trás toda a gama de programas (sim programas mesmo e não pequenos aplicativos) que temos nos desktops? Para usuários geeks hardcore isso pode não ser motivo para deixar o robozinho verde, mas pensando no usuário comum, aquele que deseja um aparelho para trabalhar seus documentos, e-mails, programas do dia a dia de trabalho, navegar em sites sem restrição (flash?) e fazer tudo praticamente da mesma forma que faz no seu computador de mesa…

Já não é de hoje que vários analistas apontam que a realidade do Android em tablets iria mudar (pra pior) com o lançamento do Windows 8, depois do que a Microsoft apresentou ontem acho que as vendas irão mesmo despencar. Vamos falar a verdade, tirando os tablets mais parrudos da Samsung e Motorola, aquele monte de modelo que tem por ai é, além de complicado para este público, bem… xing-ling.

Concorrência com ultrabooks
Neste meio sim é que consigo ver uma boa briga. O Surface está um pouco mais para ultrabook do que para tablet. A mobilidade dos dois é bastante semelhante, principalmente se estiver com o case/teclado. O processamento de dados será parecido, os programas iguais, possibilidades de uso quase que no mesmo nível… E o preço já anunciado como equivalente. Os tablets enterraram os netbooks, não duvido que lá na frente, quando outros fabricantes entrarem na onda do Surface, aconteça o mesmo com os ultrabooks.


Apresentação completa do Surface

Meio do caminho
Hoje ainda existem pessoas que não conseguem ver a necessidade de um tablet. Acredito que por tentarem fazer um uso semelhante ao que fazem de um computador. No meu dia a dia utilizo um notebook (Macbook Air[bb]), tablet (iPad[bb]) e smartphone (Lumia 800[bb]). Mantenho este time comigo apenas porque consigo separá-lo em usos específicos. O computador é mais para trabalho com produção (desenvolvimento de sistemas, publicação no site, produção de documentos mais pesados…), o iPad é para mobilidade média (entretenimento, agenda, gerenciamento de tarefas, anotações em reuniões, consumo de informações, livros, jogos…) e o smartphone para mobilidade extrema (fotografia, localização por satélite, telefonia, comunicação rápida, podcasts, atividades físicas, geocaching, assistente de viagens).

Tirando o smartphone, que é bem mais específico, o Surface da Microsoft praticamente irá unir o uso que faço no tablet e no computador. Isso é ruim? Claro que não, isso trás várias vantagens: Diminuição de peso na mochila, um equipamento a menos para se preocupar e menor quantidade de aplicativos a adquirir, além de continuar mantendo um bom nível de produtividade. Mas por outro lado tem a questão de que nem sempre quero ter o meu computador por perto. Tem momentos em que desejo apenas um aparelho para me distrair, algo que não fique me lembrando de trabalho. Nestes momentos é que os outros tablets ainda levarão vantagem.

Conclusão
O Surface parece ser um fantástico aparelho e que merece aplausos de pé. A Microsoft talvez tenha conseguido lançar uma nova linha de tablets que pode um dia mudar bastante o cenário tecnológico como conhecemos hoje. Com ele acredito que a empresa tenha chance de fazer algo semelhante ao que o iPad fez. O ecossistema que a Microsoft está montando pode ser finalmente um concorrente de peso ao da Apple. Basta lembrar que o Surface/Windows 8, é um equipamento feito pela própria Microsoft (sem terceirização), terá integração com Windows Phone, Xbox, além de uma loja muito forte de programas. Ou seja, está entrando em vários dos mesmos negócios da empresa da maçã.

Esta briga será muuuito interessante. Não sei vocês, mas eu já estou preparando minha pipoca para assistir de camarote este espetáculo.

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