Quanto custa montar um setup 360º?

Confira aqui dicas para começar a montar o seu setup 360º
Confira aqui dicas para começar a montar o seu setup 360º

Como todos estamos em quarentena por causa da Covid-19, vou aproveitar para atualizar mais as postagens aqui do site. Hoje vou responder a uma pergunta que já me fizeram várias vezes sobre trabalhar com produção de conteúdos em 360º: Quanto custa montar um setup para este tipo de trabalho?

Essa é uma pergunta bem interessante de responder durante o período em que estamos passando pois este pode ser um investimento a se considerar para depois que as coisas voltarem ao normal.

Fiz uma breve pesquisa nos equipamentos que EU levantei são os mais básicos e essenciais para começar. A lista que levei em consideração é contanto apenas com o mínimo do mínimo para poder produzir com uma certa qualidade final. Abaixo disso não recomendo para quem quer se considerar um profissional.

Outro fator que levei em consideração foi a possibilidade de aquisição dos equipamentos apenas no mercado nacional (leia-se Mercado Livre). Isso porque a ideia é facilitar pois acredito que provavelmente os produtos serão comprados de maneira parcelada.

Lista básica

Vamos lá, focando somente em produção de fotografias tours virtuais em 360º é que pensei na lista abaixo. Para trabalhar com vídeos imersivos a listagem abaixo muda um pouco e o preço muda consideravelmente.

  • Câmera 360º de boa qualidade
  • Smartphone
  • Tripé
  • Cartão de memória com pelo menos 32GB
  • Notebook
  • Software para tratamento das imagens
  • Software de criação de tour virtuais
  • Conhecimento

Câmera

Para começar, o que eu chamo de “câmera de boa qualidade” para fotografia é que ela tenha pelo menos 4k de resolução. Um pouco abaixo disso é até aceitável, mas que seja pelo menos próximo. É exagero? Não em se tratando de uma imagem que irá pegar todo o ambiente ao redor.

Sendo assim, duas opções fáceis de encontrar nas lojas virtuais aqui no Brasil são a Mi Sphere da Xiaomi e a GoPro Fusion. Ambas você consegue encontrar abaixo de R$2000,00 e tem boas configurações.

A Mi Sphere possui exposição manual e seu software tanto do smartphone quanto do desktop conseguem costurar bem as imagens. Quanto aos vídeos, ele pode gravar 4K 30fps com qualidade decente, embora a estabilização não seja tão boa quanto a geração atual. A GoPro Fusion tem um ótimo alcance dinâmico para fotos em 360º. O problema dela é não ter exposição manual. Seu software costura bem as imagens mas seu fluxo de trabalho é um pouco mais demorado.

E a Insta360 One X? É sem dúvida alguma uma ótima câmera, mas tem um preço mais elevado. A idéia aqui é montar um kit mais básico, que tenha qualidade razoável e que tenha um preço mais acessível.

Smartphone

Item que está diretamente ligado ao anterior. Boa parte das câmera 360º possui opção de ser operada por controle remoto próprio (vendido separadamente e normalmente são caros), mas nada melhor para utilizar com elas do que os smartphones.

Através de seus softwares oficiais, as câmeras podem ser não apenas configuradas e controladas, mas também permitem que você veja em tempo real o resultado de suas fotos.

Não precisa ser um smartphone caro então não vá comprar um iPhone ou Galaxy Note só para isso. Smartphones muito simples também podem não atender bem os requisitos mínimos de sua câmera, então antes de adquirir algum procure no site do fabricante a lista de compatibilidade.

Tripé

Neste sentido não precisa inventar muito. Como a câmera não precisa de movimento basta que o tripé seja firme e fácil de transportar. Só não vá comprar aqueles de plástico ou alumínio fino. São muito leves e podem te fazer perder a câmera no primeiro vento que pegar.

Dê preferência para algum tripé menor que permita elevar bem a câmera afastando-a das pernas. Isso irá facilitar bastante na hora de editar as fotos e remover a sua marca da parte inferior das fotos. No post “Stick invisível Insta360 – Montando um novo setup 360º” eu detalho melhor o que seria um bom conjunto tripé/stick para isso.

Cartão de memória

Esse é um item essencial que não pode ser esquecido na hora de montar o seu setup. Não vou detalhar aqui o que deve ser levado em consideração pois isso eu acabei de fazer no post “Como escolher cartões de memória para câmeras 360º“. Mas para ter um ponto de partida eu recomendaria um Sandisk Extreme SDXC, UHS-I, U3, A1 de 32GB.

Notebook

Trabalhar com fotos equiretangulares requer pelo menos um computador mediano com poder de fogo para edição de fotos. Não precisa ser um equipamento muito caro, mas não vá comprar um dos mais simples. Escolha um com pelo menos 2GB de RAM. Isso será necessário para rodar os softwares mais recomendados para edição. Existem boas opções á partir de R$1500,00 que irão lhe atender bem.

Softwares

Simples e direto: Esqueça a pirataria. Você que está lendo este post provavelmente quer se tornar um profissional da produção 360º e como profissional esta é uma opção que deve abolir.

Não quer dizer que precisa gastar muito para adquirir um software. Existem ótimas opções para trabalhar que não irão custar o valor de um Photoshop. Aqui mesmo no site já comentei sobre uma ótima alternativa, confira em  Affinity Photo, a melhor alternativa ao Photoshop para editar fotos 360º“.

Há também bons aplicativos que você pode utilizar diretamente no smartphone para editar suas fotos. O Snapseed, que é gratuito, pode lhe ajudar por ser um ótimo editor para tratar as cores e outros detalhes das imagens. 

Para remover detalhes das fotos, como a marca do tripé nas fotos 360º eu recomendo o Touch Retouch. Não é gratuito mas é bem barato. Falei sobre ele no post “Melhor alternativa para remover objetos em fotos 360º sem utilizar um computador“.

Por falar em software para smartphone, um que não pode faltar na lista é o Google Street View. Ele é gratuito, só existe para smartphones e é o que você utilizará na maioria dos trabalhos que irá realizar no começo. É o mais básico em se tratando de tours virtuais e também o que mais irá lhe trazer visibilidade. Mais saiba que ele não pode ser utilizado para todos os tipos de lugar, existem algumas restrições, por exemplo imóveis residenciais.

Conhecimento

Aqui é a parte mais importante e a que você mais deve investir. De nada adiantará ter todos os melhores equipamentos do mundo se não souber utilizá-los. Existem diversas maneiras de adquirir os conhecimentos necessários para isso, na Internet você encontrará muita coisa. O problema é que boa parte das melhores informações estão em inglês, o que pode ser um problema caso não domine o idioma.  Aqui no site tenho publicado muito material sobre 360º, basta dar uma procurada (clique aqui para isso). Em breve irei publicar mais conteúdo.

Também há a opção de procurar por cursos especializados. Um deles, em português, é do meu amigo Robson Ganhara da UaiPix. Clique aqui para conhecer.

Investimento

Então chegamos à parte mais difícil deste post. Quanto é preciso investir para começar a montar um setup para trabalhar com fotos em 360º? Um valor aproximado, que consegui procurando por todos os equipamentos citados aqui apenas no mercado nacional, somado aos custos dos software necessários… eu diria que algo entre cinco e seis mil reais.

É possível custar menos? Sim, se procurar bem por valores mais em conta, promoções, tentar algum desconto… dá para diminuir este valor. Também é possível tentar se manter apenas nos “dispositivos móveis” da lista e não comprar um computador logo no início. Você conseguirá editar tudo no smartphone e criar seus tours virtuais diretamente no Google Street View, economizando uns mil e quinhentos reais. Esta possibilidade vai lhe dar mais trabalho para finalizar mas alivia bem nessa conta toda deixando para investir nisso quando tiver recuperado o valor gasto com todo o resto.

Como citei no começo do post, tudo isso que falei aqui é o que EU, que já atuo na área, considero mais básico e essencial para começar. Esse valor, à medida em que você for progredindo, pode aumentar muito. Câmeras mais avançadas e com configurações melhores podem facilmente custar mais que todo este setup acima facilmente. 

Vale a pena?

Essa pergunta sinceramente é um tanto difícil de responder porque depende do mercado na região onde você irá atuar, da sua dedicação a captar clientes, da qualidade do serviço que irá prestar e do valor que irá cobrar. 

Em grandes cidades é mais fácil conseguir clientes e conseguir um bom retorno. Nelas há muitas oportunidades diferentes a explorar tais como mercado imobiliário, lojas em geral, fábricas, escolas e muitos outros. Mas provavelmente você terá uma grande concorrência.

Em cidades menores estas opções serão um pouco mais restritas, o que não impede que você explore outras possibilidades como o comércio local, igrejas, festas e eventos na região. A vantagem é que talvez você seja um dos poucos, ou até o único, a oferecer este serviço.

Como o retorno financeiro vai depender do tipo de trabalho e da quantidade que você conseguir talvez leve um tempo para recuperar o investimento, ainda mais no começo quando você ainda está aprendendo. Mas com o tempo, com a experiência que você adquirir e conforme for aumentando a sua cartela de clientes esse investimento pode ser recuperado com apenas um trabalho.

Seja como for uma dica para avaliar o potencial da região onde pretende trabalhar é acessar o Google Street View e procurar pelos estabelecimentos no local que tenham tour publicados. Caso tenham poucos é sinal de que há bastante espaço para explorar, e se tiver muitos é sinal há muitos potenciais clientes a captar.


Obs: Este conteúdo é amostra do que irá encontrar no livro Produção de conteúdos em 360º, o maior conteúdo em língua portuguesa sobre o assunto. Confira aqui.

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